quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Reflexão sobre o Seminário Luso-Americano

Fui assistir ao 2º Seminário Luso-Americano, que decorreu no dia 10 de Novembro, na minha faculdade, e que tinha publicitado no blog. Ainda não o tinha comentado, por isso, aqui estou, para vos contar como correu...

Bom, em primeiro lugar, a avaliar pelos temas que iriam ser apresentados, pensava que iriam estar diferentes profissionais, portugueses e americanos, mas, infelizmente, só estavam 3 oradores: um pai de uma criança com Paralisia Cerebral (PC), que deixou a sua profissão para abrir um centro, na Flórida, que se chama Therapies4Kids; a terapeuta da fala e o médico que colaboram neste centro.

A terapeuta da fala foi a primeira a discursar, contudo, e apesar de saber que a esmagadora maioria dos presentes eram alunos de terapia da fala, terapeutas da fala, fisioterapeutas e alunos de fisioterapia, e que não existiam pais de crianças com algum tipo de situação clínica na sala, não adequou o seu discurso a esta plateia, tendo ficado pelo superficial e não abordando, na realidade, os temas que estavam no programa.

Para além disso e, talvez por ter conhecido, durante este período em Portugal, os "terapeutas menos indicados", tinha uma ideia errada da terapia da fala no nosso país, tendo sido no debate esclarecida por vários terapeutas da fala que aqui também se trabalha em equipa e que a formação das escolas é bastante boa! Penso que alguns terapeutas da fala consideraram o discurso da oradora um pouco provocador e que punha em causa o trabalho que é desenvolvido em Portugal.

Seguidamente, o dono do centro, discursou sobre as terapias que lá efectuam: a terapia intensiva, o PediaSuit e a câmara hiperbárica. A informação, mais uma vez e, tendo em conta que estava a falar para futuros terapeutas e terapeutas já formados, não foi para além do muito, muito superficial! Estamos na "era" da evidência científica, não basta apresentar as terapias e dizer que é bom e que faz bem, para que se avance é preciso estudos que comprovem a sua eficácia, e era algo que não tinham.

Se muitos dos que estavam presentes foram assistir ao seminário sobretudo para obter informação sobre a câmara hiperbárica e qual a sua mais valia, infelizmente sairam a saber o mesmo...

Para terminar, o médico apresentou a sua teoria relativamente à causa de todas as patologias, que, segundo este, estam associadas a isquémia. Assim, dava como solução que bebessemos uns cristais dissolvidos em água (criados por este médico e que vinham dentro de umas caixas), para manter as cargas dos glóbulos vermelhos e não levar a obstrução dos vasos arteriais.

Bom, o debate foi aceso ao ponto da pessoa que tinha organizado o referido seminário se ter desculpado perante os presentes, pois admitia que a informação não tinha sido transmitida da melhor forma e com pouco rigor científico.

Saí um pouco desiludida, tendo em conta que até faltei ao trabalho para ir assistir a este seminário...no entanto, fiquei com vontade de realmente conhecer o centro e perceber como lá se trabalha... talvez tire umas férias para ir à Flórida :)

8 comentários:

  1. Ritinha:Conta quem esteve na florida que não acontece nada de especial a não ser voarem 5000 Dolares em 3 semanas.
    Mas isso foi uma opinião pessoal de uma mãe minha amiga.
    Acredito que sejam pessoas empenhadas e há sempre algo de novo que se possa aprender.
    Essa dos Cristais é gira.
    Em Cuba o gritante é a ozonoterapia. Acreditam que o ozono se transforma em oxigénio e restaura as células danificadas do cérebro. Nesse período de 10 sessões havia miúdos que melhoravam a sério...mas a maioria não notava absolutamente nada.
    Na verdade muitas vezes como pais não sabemos até experimentar. Há quem abuse do facto de querermos encontrar uma melhoria na qualidade de vida dos nossos, para enriquecer. Por isso, temos de ser cuidadosos e ir só por onde confiamos e por quem já deu provas ! Beijinhos

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  2. Bem, assim sendo fico menos triste por não ter ido!...
    Obrigada pela partilha.
    Sei que "nem tudo são rosas" e talvez assim outros pais "abram mais os olhos" para este tipo de situações pouco científicas... Se bem que quando estamos neste lado de cá queremos fazer TUDO pelos nossos filhos e queremos acreditar em todas as "mezinhas", em todas as promessas... Não sei pr mim, mas acho que dói menos acreditar em tudo do que se formos demasiado pragmáticas e realistas.
    Beijinhos

    ps - o JM está melhor. Espero conseguir ir no próximo dia!

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  3. Sim, é verdade que os pais querem sempre o melhor pelos seus filhos e penso, que como terapeutas, devemos ter sempre isso em consideração e informar, esclarecer e apoiar em tudo o que nos for possível.

    Estou aqui para o que precisarem!

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  4. Sou mãe de uma menino com hemiparesia esquerda, que começou a andar com 3 anos e 2 meses, agora tem 3 anos e 6 meses. li sobre esta theapia intensiva na Flórida e confesso que chorei por não ter dinheiro para ir ( 11.000 dólares). Estou tentando buscar alternativas no Brasil, mas esta angustia da dúvida se estamos sempre fazendo o melhor possível nos acompanha sempre. Bjs

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  5. MINHA QUERIDA RITINHA

    PASSANDO PARA DESEJAR COM MUITO CARINHO

    UM FELIZ E SANTO NATAL.


    :)) MÁGICOS ABRAÇINHOS

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  6. MINHA RITINHA

    PASSANDO SÓ PARA DESEJAR

    COM MUITO CARINHO

    UM ANO DE 2O1O MUITO E MUITO FELIZ


    :)) MUITOS BEIJOCASSSSSSSSS

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  7. Olá, olá

    Um selo de ouro, que premeia a verdadeira amizade está para ti no blogue do Afonsinho.

    Tu mereces!!!

    Beijinhos

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  8. Olá, trabalho na unidade de terapia intensiva Therapies4kids no Brasil em São Paulo. Sou fisioterapeuta formada e mestre em Neurologia Infantil. Sou de Minas e fui contratada justamente pra enfocar os resultados para esse lado científico. Estou nessa clínica há alguns meses, e aceitei esse trabalho que é mais um projeto por sua fundamentação teórica em fisiologia do exercício e potencial pra grandes descobertas. E realmente temos feito avaliações com escalas validades e análises de fotogrametria pra verificar a consistencia dos nossos resultados e estou bastante animada com o que eu tenho presenciado e concluído. Não é milagre, ou dizeres políticos, é muita dedicação, trabalho e perseverança. As crianças melhoram, ganham controle motor e força muscular simplesmente pelo mesmo motivo que nós ganhamos massa muscular na academia ou mesmo quando aprendemos a dirigir. Se não for um treinamento específico, intenso e direcionado, exigindo repetição e variação de tarefas, não é possível alcançar o potencial inexplorado dessas crianças. É por esse motivo que tenho trabalhado e acreditado porque tenho vivenciado. Para mais dúvidas, entre em contato conosco 11 2369 3222 e tem o site também em portugues agora www.therapies4kids.com e no facebook therapies4kids reabilitação neurológica.

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